Simplicidade de Caipira
O genro de Zé Ponciano agonizava a três léguas de distância da cidade. Eram três horas de madrugada de julho, fria que não tinha altura, quando Ponciano, trazendo um animal a destro, bateu na janela da casa do vigário que apareceu envolto num cobertor tremendo de frio.
– O que é que há?
- Ih, seu vigário, eu vim ligêro buscá vassuncê pra ajudá meu genro a morrê.
– Qual é a distância que tem daqui lá?
- Três légua das boa eu acho que tem!
- Mas você quando saiu, o doente não estava muito mal?
- Tava, seu vigário. Tava quase na última suspiração. Tava inté com sororoca.
– Então não adianta nada a minha ida. Quando eu lá chegar, já acho o homem morto.
– Num tem perigo, seu padre. Eu deixei uns home entretendo ele lá, até vassuncê chegá.
Cornélio Pires.
– O que é que há?
- Ih, seu vigário, eu vim ligêro buscá vassuncê pra ajudá meu genro a morrê.
– Qual é a distância que tem daqui lá?
- Três légua das boa eu acho que tem!
- Mas você quando saiu, o doente não estava muito mal?
- Tava, seu vigário. Tava quase na última suspiração. Tava inté com sororoca.
– Então não adianta nada a minha ida. Quando eu lá chegar, já acho o homem morto.
– Num tem perigo, seu padre. Eu deixei uns home entretendo ele lá, até vassuncê chegá.
Cornélio Pires.
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